Em uma sociedade onde relacionamentos estão cada vez mais desafiados por rotinas intensas, pressões externas e a falta de comunicação, entender o que define um relacionamento saudável é mais importante do que nunca. Um vínculo feliz vai além de momentos de alegria: ele exige base sólida, respeito mútuo, empatia e, sobretudo, autoconhecimento. É exatamente essa jornada de descoberta e fortalecimento interno que a psiquiatra sul-mato-grossense Silmara F.G. Medeiros aborda em seu livro, “A namoradeira”, publicado pela Literare Books International.
A obra traz uma abordagem inovadora ao comparar os elementos de um móvel — a tradicional namoradeira — com aspectos fundamentais para a construção de vínculos, como amor, carinho, sexo e disponibilidade emocional. Segundo a autora, compreender e fortalecer essas “estruturas” é essencial para evitar o desgaste das relações, especialmente em tempos onde as conexões humanas são tão facilmente abaladas por falta de diálogo e alinhamento de expectativas.
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Após anos de estudos e atendimento a casos reais, Silmara identificou um padrão: muitos relacionamentos considerados fracassados não falharam pela ausência de amor, mas sim pela falta de autoconhecimento dos envolvidos. “A maioria das pessoas acredita que o parceiro tem a obrigação de suprir suas necessidades, mas isso só gera frustração. O ponto de partida para um amor saudável é olhar para dentro e aprender a amar a si mesmo”, destaca.
No livro, Silmara reflete sobre o impacto da falta de comunicação e da cumplicidade, fatores que enfraquecem os vínculos. “Ervas daninhas aparecem em qualquer terreno, mas só prosperam onde não há cuidado ou onde a vitalidade está comprometida. No amor, isso se reflete na ausência de cumplicidade e na incapacidade de alinhar desejos e objetivos para o futuro”, afirma.
Reflexões que transformam
Com menos de 300 páginas, “A namoradeira” combina reflexões profundas com exemplos práticos e poesias que enriquecem a experiência do leitor. A analogia com o móvel não é apenas simbólica, mas uma ferramenta prática para ilustrar como a base (autoconhecimento), os braços (olhar em conjunto na mesma direção) e o encosto (limites e pausas) são indispensáveis para um relacionamento bem-sucedido.
Um diferencial do livro é o convite à releitura. Como explica Silmara, “quando o leitor muda, o livro também muda”. Novas reflexões emergem a cada retomada, tornando-o um guia não apenas para o amor romântico, mas para qualquer tipo de relacionamento — de amizades a laços familiares.
Quando o relacionamento é a luz
Para Silmara, o amor verdadeiro é construtivo, flexível e iluminador. “Amar é alegrar-se com as conquistas do outro, perdoar, facilitar, ser luz. É um sentimento que abre caminhos e amplia horizontes, nunca os restringe”, explica. A psiquiatra também alerta sobre o perigo dos “amores poluídos”, marcados por controle, ciúmes e possessividade, que muitas vezes resultam em relações tóxicas e desgastantes.
Segundo Silmara, “saber se relacionar é saber viver em paz”. E o autoconhecimento, como ela ressalta, é o chão firme onde todos os relacionamentos saudáveis devem se apoiar.
